INVESTIGAÇÃO

Suspeita de fraude envolve diretor do prefeito Chico com o candidato Joaquim Silva e Luna

Empresa de nomeado do prefeito Chico Brasileiro emitiu nota para movimentar R$ 180 mil do fundo eleitoral

Ao se envolver numa coligação que tem o vice do PSD, partido do prefeito Chico Brasileiro, o General Silva e Luna está no centro de um escândalo, agora com fortes indícios de fraude com uso de recursos do fundo eleitoral. Na primeira parcial da prestação de contas do General, aparece uma empresa construtora, cujo dono é um diretor do prefeito Chico Brasileiro. Estranhamente, a campanha de Luna destinou R$ 180 mil para a empresa com finalidade de "distribuição de panfletos", serviço que nada tem a ver com a atividade da construtora. Além disso, a mesma empresa tem fornecido veículo para as atividades de campanha do General.

A empresa é a RMS Foz Construções e Serviços Ltda, que pertence a Ivatan Batista dos Reis, Diretor de Serviços e Manutenção da Prefeitura, cargo comissionado, de confiança, nomeado pelo prefeito Chico Brasileiro. O caso deverá ser denunciado na justiça eleitoral, sendo mais um episódio, da relação direta e comprometedora entre o General Luna e o atual prefeito.

Na descrição dos serviços aparece: "Divulgação e panfletagem para campanha", enquanto que o CNAE da empresa contempla atividades como: "Construção de redes de abastecimento de água; obras de terraplanagem; instalações elétricas; e instalações hidráulicas de sistemas de ventilação e refrigeração. Logo, não há serviço de "divulgação e panfletagem" entre as atividades autorizadas pela Receita Federal à essa empresa.

A descoberta aponta para uso indevido do fundo eleitoral, com suspeitas de lavagem de dinheiro ou formação de caixa 2 ou ainda emissão de notas frias para bancar serviços ilegais como a disseminação de faknews contra os adversários. Como se trata de recursos da União, uma denúncia deverá ser formalizada a partir da juntada da documentação. A Polícia Federal poderá rastrear o destino dos recursos repassados à empresa, com forte suspeita de fraude.

Mesmo tipo de esquema que resultou na Operação Pecúlio

O envolvimento de empresas ligadas a determinados setores para esquentar recursos de financiamento de campanha é o mesmo tipo de esquema utilizado na eleição de Reni Pereira em 2012. A manobra resultou na estrondosa Operação Pecúlio que mandou políticos e empreiteiros para a cadeia. Todos os detalhes de acordos, corrupção, desvio de dinheiro público e formação de quadrilha foram relatados no processo pelos envolvidos que à época fizeram "delações premiadas".

Diretor da prefeitura está cedendo veículos para campanha de aliados do General

Em outro braço do imbróglio envolvendo gente de confiança de Chico Brasileiro, aparece Ivatan Batista dos Reis, diretor de Serviços e Manutenção da Prefeitura, cedendo veículo blindado para campanha de aliados do General Silva e Luna. A empresa de Ivatan, é dona da Chevrolet TrailBlazer, utilizada pelo coronel Aureo Ferreira, braço direito do General e que atuou como Assessor Especial da Diretoria Geral Brasileira de Itaipu, quando Luna estava na binacional.

Uma simples consulta ao sistema de registro de veículos, mostra que a Chevrolet TrailBlazer, placas FGQ8E03, é "VEICULO BLINDADO," pertencente à RMS FOZ CONSTRUÇOES E SERVIÇOS LTDA", empresa de Ivatan Batista dos Reis, diretor de Serviços e Manutenção da Prefeitura.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 391, página 3