100 DIAS DE INÉRCIA

Um governo perdido, sem rumo, sem obras e sem vergonha

Se para alguns a gestão passada já era um desastre, o novo governo mostrou que sempre é possível piorar. A administração do general Silva e Luna provou que o marasmo pode, sim, ser elevado à categoria de arte

Obras paralisadas, promessas esquecidas e um prefeito que mais parece uma tartaruga sonolenta do que um gestor público, deixando a desejar em todos os setores. Menos nos contratos milionários como do lixo e dos ônibus. Obras paradas é outra marca do general, como o parque remador, um sonho afundado no pântano da incompetência.

O Parque Remador, tão esperado pela população da Grande Porto Meira, virou apenas mais um monumento à inércia. Iniciada em câmera lenta pelo ex-prefeito Chico Brasileiro, a obra foi praticamente enterrada na lama pelo atual prefeito-tartaruga. A empreiteira, cansada de esperar a boa vontade do governo, suspendeu tudo por falta de licença ambiental - aquela papelada básica que a prefeitura foi incapaz de providenciar. Nem licença conseguem tirar: é o novo patamar da vergonha administrativa.

Posto de Saúde do Porto Belo

O improviso como política pública continua na região Norte. A construção da Unidade Básica de Saúde do Porto Belo, iniciada lá em 2021 pelo ex-prefeito Chico Brasileiro (aquele que foi chamado de Chico Lento?), já começou capengando. E sob o comando do general Silva e Luna, o projeto não apenas estacionou, como parece ter morrido na praia. Enquanto isso, a população segue sendo atendida em locais improvisados, num cenário que mais parece filme de terror do que posto de saúde.

Uma obra que virou piada

Idas e vindas, promessas e mais promessas. Resultado? Nada. As obras da Escola Marlene Nieradka continuam no reino da ficção. Fizeram uma festa para derrubar árvores e aplainar o terreno - e só. Crianças seguem estudando embaixo da arquibancada do Flamenguinho, numa cena tão absurda que beira o cômico, se não fosse trágico. Chico começou a ópera bufa, Silva e Luna prossegue com toda a pompa e circunstância.

Rodovia das Cataratas

A prometida duplicação da Rodovia das Cataratas, que deveria ter sido entregue em 2023, segue no eterno "para e recomeça". A culpa é dividida entre o incompetente DER e as empreiteiras. Mas o general também tem sua dose de culpa: quando presidia a Itaipu, liberou recursos para o DER ao invés de tocar a obra diretamente pela binacional. Resultado? Obras arrastadas, filas quilométricas, turistas desistindo de visitar Foz e comerciantes contando prejuízo. Uma maravilha de gestão, não?

O buraco é mais embaixo

Durante a campanha, Silva e Luna se vendia como o "bicho da goiaba", o "rei da cocada preta". Exibia no peito as medalhas de ministro da Defesa, presidente da Itaipu e da Petrobras. Parecia o superhomem da administração pública. Só esqueceu de dizer que na Defesa tudo andava sozinho; na Itaipu, bastava assistir as turbinas girando e os dólares entrando; e na Petrobras... bem, lá foi chutado pelo próprio Bolsonaro, tamanha a decepção.

Na prefeitura, descobriu que o buraco é muito mais embaixo: dinheiro curto, problemas gigantescos, 7 mil servidores para gerenciar, e uma cidade que não perdoa incompetência. Pensou que era mamão com açúcar, encontrou pepino e abacaxi. Sem peito, sem experiência e cercado por uma equipe sofrível, os primeiros 100 dias foram um espetáculo de inércia e decepção. E o povo? Segue esperando que um dia esse pesadelo acabe.

A equipe do Tribuna torce para que isso aconteça. Afinal, se a cidade for bem, todos vamos bem. Se for mal, estaremos f.... e mal pagos.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 412, Página 7, de autoria do jornalista Enrique Alliana