DISCREPÂNCIA

Valentina recebe mais dinheiro de fundo eleitoral que o permitido pelo limite de gastos

Candidata à vereadora já recebeu do PT R$ 146 mil para financiar sua campanha; valor é 12 vezes maior à candidatura que menos recebeu do partido

A discrepância de tratamento dado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) às suas próprias candidaturas rumo à Câmara Municipal de Foz do Iguaçu revela favorecimento partidário dentro da legenda.

Com limite de gastos para disputar uma vaga no Legislativo local fixado em R$ 130.432,01, Valentina Rocha recebeu até domingo passado (22) exatos R$ 146.406,25. Deste montante, R$ 91.406,25 vieram da Direção Nacional, e outros R$ 55 mil da Direção Estadual. Empatados em segundo lugar, Luiz Henrique e a professora Luciana Moreira receberam R$84.027,78 em recursos doados pela Direção Nacional da legenda.

Também empatados, mas em terceiro lugar no ranking de arrecadação do fundo eleitoral petista, estão o ex-diretor do Fozhabita do governo Chico Brasileiro, o advogado Ian Vargas, e o ex-vereador Dilto Vitorassi. Cada um recebeu R$59.027,78 da Direção Nacional. Das dez candidaturas petistas, a única a receber recursos da Direção Estadual do PT foi Valentina Rocha.

Para o ex-vereador Dilto Vitorassi, o maior volume de dinheiro enviado à campanha de uma mulher indica a prioridade do partido. "Dentre os critérios, está o entendimento de se aumentar a representatividade feminina nestas eleições. Neste sentido, o PT tem apostado em mulheres, juventude, e demais minorias. Também existe o nivelamento de quem já foi testado nas urnas e obteve um bom resultado Estes são prioridades", afirma Vitorassi.

Das dez candidaturas petistas à Casa de Leis de Foz do Iguaçu, três são de mulheres autodeclaradas pardas. Já entre os sete homens, três se autodeclaram pardos, três brancos e um negro. "A diferença do investimento está baseada em quem o partido quer eleger. O PT trabalha com afinco para eleger mulheres, para eleger negros, pardos, para eleger segmentos sociais que hoje são discriminados, que nem os LGBTs. Eu acho que é justo.

GASTOS

As maiores despesas até o momento da candidata Valentina é com uma simples contabilidade de campanha, no valor de R$ 13 mil; seguido de R$ 5 mil com serviço de advocacia; produção de foto e vídeo no valor de R$ 3 mil; serviço gráfico R$ 3 mil; Facebook R$ 3 mil, produção de rádio e televisão R$ 3 mil.

DISCREPÂNCIA

Não precisaria ser tão diferente, mas é justo", completa Vitorassi

Ex-deputado federal, Vitorassi explica a discrepância na distribuição dos recursos. "Não adianta colocar um monte de dinheiro em um candidato que vai fazer 150, 200 votos. Não é o dinheiro que vai resolver a campanha dele. Mas o trabalho de militância que não foi feito antes", Dilto Vitorassi.

Confira os valores destinados:

Valentina, parda

Direção Nacional Partido dos Trabalhadores - R$91.406,25 - Direção Estadual - R$55 mil

Luiz Henrique, pardo

Direção Nacional Partido dos Trabalhadores - R$84.027,78

Professora Luciana, parda

Direção Nacional Partido dos Trabalhadores - R$84.027,78

Ian Vargas, branco

Direção Nacional Partido dos Trabalhadores - R$59.027,78

Dilto Vitorassi, branco

Direção Nacional Partido dos Trabalhadores - R$59.027,78

Monica Santos, parda

Direção Nacional Partido dos Trabalhadores - R$ 49.062,50

PH, branco

Direção Nacional - Partido dos Trabalhadores - R$ 34.722,22

Professor Claudio Miranda, preto

Direção Nacional - Partido dos Trabalhadores - R$ 17.805,56

Cris Silva, pardo

Direção Nacional - Partido dos Trabalhadores - R$ 11.805,56

Sandro, pardo

Direção Nacional - Partido dos Trabalhadores - R$ 11.805,5

Esta é uma reprodução jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 392, páginas 8 e 9