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Vereador Jairo Cardoso teria trocado a bíblia por uma arma?

Por Tribuna Foz dia em Notícias

Vereador Jairo Cardoso teria trocado a bíblia por uma arma?
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FAROESTE TUPINIQUIM

Vereador Jairo Cardoso teria trocado a bíblia por uma arma?

Jairo Cardoso poderá integrar a "bancada da bala" na Câmara de vereadores. Vereador que se diz temente a Deus aparece em público portando uma arma de fogo

É provável que nos próximos dias a "bancada da bala" da Câmara de vereadores ganhe mais um reforço. A evidencia está em uma foto que circulou nas redes sociais onde o vereador Jairo Cardoso aparece com uma pistola 9mm nas mãos.

A tal "bancada da bala", atualmente é composta por Rogério Quadros e Cabo Cassol. Os dois sempre andam armados, mas isso se justifica porque Quadros é da Policia Civil e Cabo Cassol da Policia Militar. Existe um terceiro integrante da "Bancada da bala" mas esse nem aparece porque só usa AK-47 ou fuzil AR-15, quando vai para o Oriente Médio.

Internautas da cidade estranharam muito o fato de Jairo Cardoso aparecer todo sorridente com uma arma de fogo em punho, ainda mais quando se trata de uma perigosa 9mm, capaz de perfurar até um muro e fazer um estrago danado em qualquer pessoa.

Os internautas estão cobertos de razão porque Jairo Cardoso sempre foi temente a Deus, andava com uma Bíblia debaixo do braço, frequentava os templos evangélicos onde seu pai foi e seu irmão é lideranças de muito respeito. O que teria levado Jairo Cardoso a trocar a Bíblia por uma arma?

Seriam os "inimigos" que ele cultivou neste período em que se delicia como vereador? Seria o infortúnio que ele teve recentemente em Três Lagoas? Seria pelo fato de se envolver com uma famosa mulher do Jupira? Seria ????

O Tribuna Popular acredita que não seja nada grave, que Jairo Cardoso tenha apenas posado com a "ferramenta" por brincadeira. Ou, talvez, para intimidar os adversários políticos que granjeou neste período.

Este jornal coloca à disposição do vereador o espaço necessário para que ele apresente sua versão aos eleitores. Afinal, não dá para entender que um homem que se diz temente a Deus, como ele, seguidor do profeta Isaías, passe a andar armado de uma hora para outra. Teria Jairo Cardoso trocado as sagradas escrituras por uma pistola?

A "bancada da bala" do Congresso Nacional

A maioria das Câmaras de Vereadores possui a temida "bancada da bala", mas é no Congresso Nacional que está o "ninho" dos políticos armados até os dentes, como é o caso do ex-deputado Roberto Jeferson, aquele que enfrentou a Policia Federal com fuzil, pistolas e granadas.

Roberto Jeferson costumava se exibir, a exemplo de Jairo Cardoso, com armas de fogo na cintura, imitando o rei dos astros dos filmes de faroeste, Clint Eastewood. Ele aprontou tanto que o STF o mandou para o xilindró.

Atualmente a bancada da bala no Congresso é composta por 44 deputados federais e 2 senadores. A maioria deverá apoiar pautas ideológicas e de costumes, como armar a população, dar mais armas e munições a CACs e redução da maioridade penal. Esse termo "bancada da bala" tem sido usado em várias acepções. Muitas vezes ligado aos parlamentares ligados às forças de segurança, outras para se referir ao grupo mais diretamente ligado à indústria de armas e ao armamentismo, outras para aqueles que defendem o endurecimento penal para resolver o problema da violência.

HIPOCRISIA

Depois de se exibir com arma de fogo, Jairo Cardoso pediu pessoas armadas nas escolas e creches de Foz

Vereador parece estar acendendo uma vela para Deus e outra para o satanás; proposta do edil já era fato consumado pelo prefeito Chico Brasileiro

A palavra hipocrisia deriva do latim e do grego e significava a representação no teatro, dos atores que usavam máscaras, de acordo com o papel que representavam em uma peça. A hipocrisia é característica de alguém que oculta a realidade através de uma máscara de aparência.

Em uma atitude que beira à hipocrisia o vereador Jairo Cardoso, embora não sendo ator de teatro, fez um pronunciamento inflamado na tribuna da Câmara pedindo que a prefeitura aumentasse a segurança nas escolas e creches do município. Cardoso disse que o prefeito deveria escalar a Guarda Municipal para fazer o patrulhamento nas escolas. Se não fosse suficiente o efetivo da Guarda, era para o prefeito contratar seguranças armados de empresas particulares.

O pronunciamento do vereador foi feito na quinta-feira passada, dia 06 de abril. Nesse dia o prefeito Chico Brasileiro já havia determinado estudos para reforçar a segurança em escolas e creches depois do lamentável episódio de Blumenau, quando um psicopata matou e mutilou crianças indefesas.

Portanto, Jairo Cardoso apenas pegou carona no que Chico Brasileiro já estava fazendo.

HIPOCRISIA

Mesmo assim, a preocupação de Jairo Cardoso tem fundamento. Nossas escolas não podem se transformar em palco de guerra como ocorre nos Estados Unidos onde psicopatas acordam de mau humor, pegam uma arma e vão matar pessoas indefesas. No entanto, Jairo Cardoso parece não ser a pessoa ideal para propor essa medida. Afinal, poucos dias antes do pronunciamento, ele se exibiu, todo sorridente, com uma pistola 9mm, uma arma de alto poder de fogo, capaz de matar diversas pessoas em pouco segundos.

Jairo Cardoso vai dizer que não é uma pessoa hipócrita. Pode ser que sim, pode ser que não, mas essa atitude beira a hipocrisia. Ele como um homem que se diz temente a Deus, não poderia acender uma vela para Deus e outra para o diabo. Não tem moral para pedir maior segurança nas escolas quando ele mesmo estimula a violência ao se exibir com uma arma mortal.

Conheça o poder de uma 9mm

O calibre 9x19mm Parabellum (também conhecido por 9 mm Para, 9 mm Luger, 9 x 19 mm NATO, 9 mm NATO ou 9 x 19 mm) foi criado na Alemanha para ser usado na Pistola Parabellum (Luger) e foi adotado pela Marinha e Exército do país em 1904 e 1908 respectivamente.

É o calibre de dotação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e de praticamente todos países do ocidente, inclusive o Brasil. Se tornou famoso por ser o calibre mais utilizado durante as guerras em diferentes modelos de armas, no uso das pistolas e também das submetralhadoras. Bem recentemente, as submetralhadoras eram fabricadas primordialmente no calibre 9 x 19 mm Parabellum, podendo ou não serem adaptadas, posteriormente, para o uso de outros calibres.

Até poucos anos atrás o calibre 9 mm NATO era o mais cobiçado entre as armas curtas, e o mito de melhor calibre adveio das propagandas de guerra e da tradição das polícias serem originalmente de governos militares que prevaleceram no Brasil.

A origem da fama da pistola 9 mm se fez por ser uma excelente arma de guerra. Essa característica era a mais cobiçada e na época ainda não existia o conceito de Stopping Power. A potência de uma pistola, ou calibre, era estabelecida somente pelo seu poder de penetração. Nem se fazia necessário Stopping Power durante os confrontos de guerra que são feitos principalmente a longas distâncias e o alto poder de transfixação era necessário nas frentes de combate, pois o projétil poderia transfixar uma pequena árvore, portas, janelas ou a lataria de um veículo para atingir o inimigo a seguir.

No que pese o menor poder de parada, não deve-se enganar com tais características, pois a 9mm Luger ainda é um calibre extremamente letal e de enorme poder de penetração, entretanto, a propaganda sobre esse calibre demonstra desconhecimento do seu melhor uso.

O 9mm Parabellum pode não ser o calibre ideal para defesa pessoal, que se dão em confrontos que variam entre 5m e 30m e geralmente em perímetro urbano das

grandes cidades. O risco de atingir um inocente que estaria por detrás seria iminente, além do que o agressor poderia ser transfixado e ainda permanecer de pé para tomar a arma de quem está com a pistola em ato de legítima defesa.

Entretanto, o poder de penetração do calibre 9 x 19 mm pode ser "modificado" com o uso de munições do tipo ponta oca, diminuindo assim a penetração e aumentando em muito o poder de parada.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada no Jornal Tribuna Popular (Mídia Impressa) - Edição 350, páginas 4 e 5, de autoria do Jornalista Enrique Alliana

 

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