VERGONHA

Vereadores eleitos de Foz demonstram desinteresse ao não comparecerem a curso promovido pelo Senado

O evento proporcionou aos vereadores eleitos para a legislatura 2025-2028 - a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos legislativos

Nesta quinta-feira, 28 de novembro de 2024, chegou ao fim o curso de três dias (26 à 28) promovido pelo Senado Federal em parceria com a Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, destinado à atualização da Lei Orgânica e do Regimento Interno. O evento teve como objetivo proporcionar aos participantes a principio para servidores de câmaras municipais, onde seu deu indicativo positivo para a participação de vereadores eleitos da legislatura 2025-2028.

A abertura para que os novos vereadores participassem seriam uma oportunidade de aprimorar seus conhecimentos legislativos, além de discutir práticas que fortalecem o papel das câmaras municipais.

O curso, organizado pelo programa Interlegis, contou com palestras, dinâmicas e diálogos conduzidos por especialistas. Foram abordados temas fundamentais para o exercício do mandato, como a modernização de normativas internas e o desenvolvimento de habilidades técnicas e estratégicas que promovem maior eficiência no legislativo municipal. Técnicos do Senado Federal e da Câmara de Foz ressaltaram o impacto positivo da iniciativa e comemoraram a adesão dos servidores públicos.

Ausência da maioria dos vereadores eleitos

Apesar da relevância do evento, a maior parte dos vereadores eleitos para o próximo mandato não compareceu, demonstrando descaso com a qualificação e o aperfeiçoamento de suas futuras atividades parlamentares. Entre os 15 vereadores eleitos em 2024, apenas quatro estiveram presentes de forma esporádica: Paulo de Brito (PL), Valentina Rocha (PT), Marcia Bachixte e Ranieri Marchioro (Republicanos).

Os demais, Adriano Rorato (PL), Bosco Foz (PL), Evandro Ferreira (PSD), Soldado Fruet (PL), Sidnei Prestes (Mobiliza), Beni Rodrigues (PP) e Balbinot (PSDB), sequer compareceram, o que gerou críticas por parte da organização e de analistas políticos locais, pois alguns destes vereadores entraram, cumprimentaram, assinaram a presença e logo foram embora, maquiando completamente a sua presença.

Oportunidade ignorada

O curso oferecia aos participantes um ambiente propício para ampliar o entendimento sobre temas essenciais ao trabalho legislativo. Entre os tópicos destacados estavam:

Atualização da Lei Orgânica: um marco jurídico fundamental que regula o funcionamento do município;

Revisão do Regimento Interno: que determina as normas de funcionamento da Câmara Municipal;

Práticas legislativas modernas: com foco na eficiência e transparência do trabalho parlamentar;

Técnicas de gestão e liderança legislativa: para a melhoria da interlocução com a sociedade civil e o executivo.

Segundo técnicos envolvidos, a presença de vereadores eleitos seria crucial para que a Câmara pudesse iniciar a próxima legislatura com representantes mais preparados. A ausência, no entanto, gerou preocupação quanto ao comprometimento desses políticos com a formação e o aprimoramento de suas práticas parlamentares.

VERGONHA

Repercussão negativa e o reflexos para a próxima legislatura

A falta de participação dos vereadores eleitos foi alvo de críticas tanto pelos demais participantes quanto por cidadãos que esperavam uma postura mais engajada dos futuros representantes do legislativo municipal

A falta de participação dos vereadores eleitos foi alvo de críticas tanto pelos demais participantes quanto por cidadãos que esperavam uma postura mais engajada dos futuros representantes do legislativo municipal. "A iniciativa foi pensada justamente para capacitar os novos vereadores e facilitar a transição para o próximo mandato. Quando um político eleito vira as costas para esse tipo de evento, ele passa uma mensagem clara de desinteresse em oferecer um trabalho qualificado à população que o escolheu", afirmou um dos organizadores que preferiu ficar no anonimato por temer perseguição dos vereadores faltosos.

Além disso, analistas políticos apontam que a ausência reflete a falta de compromisso com as responsabilidades que o cargo exige. "Não se trata apenas de estar presente; é uma questão de demonstrar responsabilidade com o papel que ocuparão nos próximos quatro anos. A qualificação contínua é um dever de quem pretende servir ao interesse público", destacou um especialista em políticas públicas da região.

Reflexos para a próxima legislatura

A ausência massiva dos vereadores eleitos em um evento de tamanha importância levanta dúvidas sobre o desempenho da futura composição da Câmara Municipal. Sem o devido preparo, o risco é que a casa legislativa se torne palco de decisões mal embasadas e que não atendam adequadamente às demandas da população.

O episódio também expõe um contraste entre o compromisso esperado dos eleitos e a realidade de seus atos. Para muitos, a falta de participação demonstra não apenas desinteresse, mas também despreparo e descaso com a função legislativa.

O papel do eleitor na cobrança de resultados

Com a proximidade do início da próxima legislatura, em 2025, cabe aos eleitores ficarem atentos às ações e comportamentos de seus representantes. A participação em cursos como o promovido pelo Senado Federal deveria ser vista como um investimento no aprimoramento da atuação parlamentar, algo que beneficia diretamente a comunidade.

Diante desse cenário, é fundamental que a sociedade cobre compromisso, ética e responsabilidade de seus futuros vereadores. Afinal, são esses representantes que, a partir do próximo ano, terão a missão de legislar em prol do bem-estar de Foz do Iguaçu e seus cidadãos.

Se a ausência em um evento de qualificação já demonstra desinteresse, resta saber qual será a postura desses vereadores diante das demandas reais da população e dos desafios que surgirão ao longo de seus mandatos.

Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular (mídia impressa) - Edição 401, páginas 10 e 11, de autoria do Jornalista Enrique Alliana