Vereadores golpistas dão rasteira em Ney Patrício e Morales é o novo presidente
Por Tribuna Foz dia em Notícias
TRAIRAGEM NA CÂMARA
Estava tudo certo para Ney Patrício ser reeleito, mas na "hora H" apareceu "Judas Iscariotes" e aconteceu a lambança. Foi uma das maiores "trairagem" ocorridas
Enrique Alliana - Jornalista
Alguns políticos chegam por méritos. Outros chegam por meio de estratégias, outros pela recompensa, outros coercitivamente, outros chegam ao poder por legitimidade e, por último, tem o poder de "especialista".
Neste caso o "especialista" é quando a pessoa não consegue subir o degrau por méritos, mas a ambição é tanta que resta a uma alternativa para derrubar quem está em cima. Vale tudo quando se usa a "especialidade".
Para chegar à presidência da câmara de Foz do Iguaçu neste ano, o quesito usado foi o de "especialidade", pois o que se falou mais alto não foi a qualidade e sim a insignificância política e a ambição pelo poder, pois o objetivo principal era inviabilizar um possível pré-candidato a prefeito da cidade.
Ingratidão
A articulação política era simples. Vamos pegar o pior vereador, o mais ambicioso, o mais ingrato e colocá-lo no poder com um único intuito: desarticular uma estrutura solida.
Assim se fez, juntou-se um grupo, prometeu apoio, mas na verdade o grupo já nasceu rachado. Pois cada um dos seus membros almeja mais poder do que o outro.
Horas antes da votação, o vereador agora eleito presidente da câmara pela chapa 2, João Morales, esteve em uma reunião, onde por acaso estava presente o prefeito Chico Brasileiro e falou "eu sou homem de palavra, estou com você Ney, pode confiar em mim".
Outros vereadores também fizeram "juras de amor" a Ney Patrício, mas na hora da votação baixou o espírito de Judas (Jairo Cardoso e Rogério Quadros) e o curso da história foi mudado. A eleição do Ney Patrício que era liquida e certa, bateu asas e voou, por causa da trairagem da falta de palavra e "outras cositas mas".
Desta forma, a nova mesa diretora ficou assim constituída:
João Morales (União) - Presidente;
Rogério Quadros (PTB) - 1º vice-presidente;
Márcio Rosa (PSD) - 2º vice-presidente;
Jairo Cardoso (União) - 1° secretário
Protetoral Carol (PP) - 2ª secretária.
A noite que o galo cantou 3 vezes
Chico Brasileiro foi um dos políticos que sentiu na pele (e na alma) o peso de uma traição. Era dezembro do ano de 2006, Chico era vereador, Paulo Mac Donald, prefeito e Carlos Budel presidente da Câmara.
Chico e Paulo eram carne e unha. Paulo estava brigado com Budel, e decidiu que Chico deveria ser o próximo presidente da Câmara.
Para eleger Chico precisava o voto de 8 dos 15 vereadores. Depois de muita conversa, obteve-se os oito. A eleição seria as 9 horas na Câmara. As 8 horas Paulo e Chico reuniram os oito vereadores na Prefeitura e reafirmaram o acordo.
Teve vereador que disse: "não se preocupem, eu sou homem e honro a palavra", outro falou em "fio do bigode", um terceiro disse que "tinha o saco roxo".
Mas teve um que foi além. Era o vereador Tadeu Madeira, que fez uma proposta pra lá de inusitada: "para selar esse acordo histórico, vamos fazer uma oração". De mãos dadas, no mais famoso estilo "baratas de igreja", os oito vereadores e o prefeito deram as mãos e Tadeu Madeira iniciou uma oração.
Feito isso, marcharam para a Câmara. Chico estava feliz da vida, pois sabia que seria o presidente e derrotaria o todo poderoso Budel.
Terminada a votação, Chico obteve apenas cinco votos e Budel foi reeleito. Paulo e Chico praguejavam com a maior rasteira da história e começara a desconfiar quem seriam os três "judas", porque na época o voto era secreto. Nada se descobriu.
Anos mais tarde Tadeu Madeira confessaria que o Diabo lhe atentara. Descobriu-se que na noite anterior o tal "Diabo", carregando uma maleta 007, visitou a casa de três vereadores residentes no Porto Belo, Jupira e Porto Meira. O que teria dentro desta mala?
Resumindo em miúdos. Em dias de hoje, podemos comparar Budel e João Morales com farinha do mesmo saco? Budel acabou preso anos mais tarde, João Morales só deus saberá o que vem pela frente.
Esta publicação é uma reprodução do Jornal Tribuna Popular - Edição 343 - Página 3