Vereador Ranieri pede anistia… ou seria um pedido de socorro pessoal?
Por Tribuna Foz dia em Notícias

ANISTIA EM CAUSA PRÓPRIA?
Vereador Ranieri pede anistia… ou seria um pedido de socorro pessoal?
Vereador de Foz do Iguaçu se destaca por defender anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro - mas estaria ele usando seu mandato para se proteger?
A defesa da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 está gerando uma onda de polêmica em todo o Brasil. E em Foz do Iguaçu, a polêmica tem nome e sobrenome: vereador Ranieri Marchioro. Conhecido por seus posicionamentos contundentes, Ranieri tem feito da tribuna da Câmara Municipal seu palco para defender, de forma fervorosa, a medida que, segundo ele, "vai pacificar o país". Para o parlamentar, muitos dos envolvidos são vítimas de uma "perseguição política" - um discurso que tem ganhado terreno, especialmente entre seus aliados ideológicos.
O que poucos sabem, ou se fazem de desinformados, é que o próprio Ranieri é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura a participação dos responsáveis pelos atos antidemocráticos, bloqueios de rodovias e até os pedidos de intervenção militar enquanto estavam acampados defrontes ao Exercito Brasileiro, apontando assim uma pressão para um possível golpe militar. O nome do vereador aparece em investigações ainda sigilosas, e a coincidência não passa despercebida, tanto é que parte de seus bens pessoais já se encontram bloqueados perante a justiça: será que ele está pedindo anistia em nome da democracia ou simplesmente tentando escapar do processo que pode lhe custar bem mais caro do que seu patrimônio que é a privação de liberdade?
A questão que se impõe é simples: estamos diante de um verdadeiro ato de defesa de direitos ou de uma manobra política para garantir que o vereador não tenha que responder pelas suas escolhas? Afinal, defender uma causa tão polêmica enquanto ainda figura como investigado / envolvido levanta uma pergunta inevitável: será que Ranieri não está se utilizando do seu mandato como uma espécie de "escudo" para proteger a própria pele?
Com suas participações em manifestações em apoio a Bolsonaro e suas declarações ardentes pela anistia, o vereador não esconde sua proximidade com as figuras que minimizaram ou até justificaram os atos de vandalismo em Brasília. Mas em meio a esse fervor ideológico, é difícil não perguntar: quem está ganhando com isso? Para muitos, a resposta é clara: é o próprio Ranieri, que parece querer garantir que, no futuro, ele não seja o próximo na lista dos "perseguidos políticos presos" - ou, mais especificamente, na lista dos réus.
A cidade de Foz do Iguaçu, que há tempos acompanha os passos desse vereador, agora está sendo chamada a refletir: até onde vai o direito de um parlamentar defender suas causas, e onde começa o conflito de interesse? A pressão sobre Ranieri para que se explique de forma mais clara e transparente sobre suas intenções cresce a cada dia. Se o vereador deseja ser visto como um líder legítimo e não como alguém que tenta manipular a política para salvar sua própria pele, ele precisa ser mais transparente. O público exige respostas mais concretas.
Em tempos em que a ética na política está sob intenso escrutínio, a situação de Ranieri é o exemplo perfeito de como o limite entre o que é uma defesa legítima e o que é uma manobra política pode ser perigosamente tênue. Agora, resta saber se o vereador conseguirá se desvencilhar de qualquer dúvida sobre seus reais interesses ou se a tentativa de salvar a própria imagem será a última coisa que ele tentará proteger.
Esta é uma reprodução da matéria jornalística publicada pelo Jornal Tribuna Popular, Edição 412, Página 10.